31. Jan. 2022
Longa mineiro é eleito melhor filme na Mostra Aurora em Tiradentes

Prêmio de melhor filme da Mostra Aurora, da 25ª Mostra de Cinema de Tiradentes, vai para “Sessão Bruta”, produzido em Minas Gerais por coletivos artísticos de linguagem híbrida.

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Longa é assinado pelo grupo As Talavistas e por ela.LTDA e é importante trabalho de representatividade trans; na mostra Olhos Livres, vencedor é o capixaba “Os Primeiros Soldados”, dirigido por Rodrigo de Oliveira. Filmes em desenvolvimento também foram premiados na nova categoria de “work in progress”, na Conexão Brasil CineMundi

O filme mineiro “Sessão Bruta”, de direção coletiva assinada por As Talavistas e ela.ltda, foi o título vencedor de melhor longa-metragem da Mostra Aurora na 25ª Mostra de Cinema de Tiradentes. A cerimônia de encerramento, transmitida pelo site do evento justamente no Dia da Visibilidade Trans (29 de janeiro), revelou a escolha de um trabalho que transita fortemente entre identidades, empoderamentos e reconhecimentos tanto estética quanto pessoalmente.

De acordo com o secretário de Cultura e Turismo de Minas Gerais, Leônidas Oliveira, a premiação consolida a força e a potência das produções audiovisuais no estado. "Parabéns aos vencedores da Mostra de Cinema de Tiradentes que demonstra a vitalidade do cinema mineiro e a constante busca por inovar e reinventar práticas e formas de difundir a cultura em múltiplos olhares. O audiovisual tem um potencial estratégico para transformar a realidade a partir dos seus valores simbólicos, econômicos e humanos e a mostra é um exemplo disso”, destaca.

O prêmio foi concedido pelo Júri Oficial, formado por críticos, pesquisadores e profissionais do audiovisual. No texto de justificativa, apontou-se, entre os méritos do “Sessão Bruta”, a “recusa do embrutecimento que assola o presente, confrontado no filme com uma inventividade cosmopoética múltipla e transformadora, na qual a brutalidade de um mundo fundado na violência contra vidas trans e negras é perturbada por práticas de fuga, aquilombamento e refúgio” e também reconheceu sua “energia performativa que atravessa a assinatura coletiva, sem apagar a heterogeneidade de seu lugar de enunciação”.

O Troféu Carlos Reichenbach, dado pelo Júri Jovem ao melhor longa da Mostra Olhos Livres, foi para “Os Primeiros Soldados”, filme do Espírito Santo dirigido por Rodrigo de Oliveira. Na justificativa, o Júri Jovem, formado por estudantes, defendeu o trabalho do filme de “convocar as potencialidades da arte frente aos apagamentos da memória e apresentar uma maturidade fílmica na construção da linguagem”.

O Prêmio Helena Ignez 2022, oferecido pelo Júri Oficial a um destaque feminino em qualquer função nos filmes das Mostras Aurora e Foco, foi dado a Juliana Soares, produtora executiva e coprodutora do filme “Seguindo Todos os Protocolos” (PE). Em sua justificativa, o Júri reconhece a produtora por “viabilizar e apoiar a criação de filmes disruptivos em um momento de crise política e econômica do audiovisual brasileiro, expressando a vitalidade do cinema diante dos efeitos econômicos e sociais derivados da pandemia da Covid-19 e a efetividade de mecanismos como a Lei Aldir Blanc de forma criativa e inventiva”.

Na Mostra Foco, o Júri Oficial escolheu o curta-metragem “Uma Paciência Selvagem nos Trouxe até Aqui” (SP), de Érica Sarmet. Para os jurados, a “bravura política e estética com que produz um sentido de comunidade e mesmo de futuridade na imaginação da vida em conjunto, materializando o desejo sapatão no sexo e na construção de uma coletividade”, foram alguns dos motivos de premiação ao curta, assim como “o modo como constrói uma narrativa afetiva pautada pelo desejo e pelo encontro de gerações lésbicas, projetando um entrelaçamento de temporalidades nas fricções desse encontro”.

O curta “Uma Paciência Selvagem nos Trouxe até Aqui” também ganhou o Prêmio Canal Brasil de Curtas, que oferece R$ 15 mil a um curta também da Mostra Foco em júri formado pelo próprio canal.

Novidade da Mostra de Tiradentes em 2022, a Conexão Brasil CineMundi contou com a categoria Work In Progress (WIP), a partir de projetos enviados previamente e analisados por um júri especial. O Troféu Horizonte da categoria foi para “A Transformação de Canuto” (PE), de Ariel Kuaray Ortega e Ernesto de Carvalho. Por sua vez, o Prêmio WIP Meeting selecionou o projeto “O Rancho” (SP), com direção de Guilherme Martins e produção de Bruna Epiphanio. Oferecido pelo Festival de Málaga na Conexão Brasil CineMundi, a categoria WIP Exibição foi para “Nada” (DF), de Adriano e Fernando Jayme Guimarães. E o Prêmio Vitrine Filmes, que garante distribuição do longa vencedor, foi para “Mugunzá” (BA), de Ary Rosa e Glenda Nicácio.

 

CONFIRA OS PREMIADOS DA 25ª MOSTRA DE CINEMA DE TIRADENTES

- Melhor curta-metragem pelo Júri Oficial, Mostra Foco: “Uma Paciência Selvagem me Trouxe até Aqui” (SP), direção de Érica Sarmet.
Troféu Barroco.
Do CTAV: Master DCP para curta até 20 minutos
Da Naymovie: Prêmio Edina Fujii – R$ 5.000,00 (cinco mil reais), equivalente a locação de equipamentos de iluminação, acessórios e maquinaria da empresa NAYMOVIE para serem utilizados em uma única produção
Da Mistika: R$ 6.000,00 (seis mil reais) em serviços de finalização.
Da DOT Cine: 2 (duas) diárias de correção de cor.

- Prêmio Canal Brasil de Curtas: “Uma Paciência Selvagem me Trouxe até Aqui” (SP), direção de Érica Sarmet.
Prêmio de R$ 15 mil.

- Prêmio Helena Ignez para destaque feminino: Juliana Soares, produtora executiva e coprodutora do filme “Seguindo Todos os Protocolos” (PE).

- Melhor longa-metragem pelo Júri Jovem, da Mostra Olhos Livres, Prêmio Carlos Reichenbach:
“Os Primeiros Soldados” (ES), de Rodrigo de Oliveira.
Troféu Barroco;
Da Naymovie: Prêmio Edina Fujii – R$ 15.000,00 (quinze mil reais), equivalente a locação de equipamentos de iluminação, acessórios e maquinaria da empresa NAYMOVIE para serem utilizados em uma única produção.
Da Cinecolor: 5 diárias de correção de cor.
Da Mistika: R$ 20.000,00 (vinte mil reais) em serviços de finalização.
Da DOT Cine: master DCP para longa de até 120 minutos.


- Melhor longa-metragem da Mostra Aurora, pelo Júri Oficial: “Sessão Bruta” (MG), de As Talavistas e ela.LTDA.
Troféu Barroco.
Da The End: R$ 40.000,00 (quarenta mil reais) em serviços de pós-produção (laboratório digital, sync, dailies, conform, correção de cor, animação, composição, 3D e masterização).
Da Naymovie: Prêmio Edina Fujii – R$ 15.000,00 (quinze mil reais), equivalente a locação de equipamentos de iluminação, acessórios e maquinaria da empresa NAYMOVIE para serem utilizados em uma única produção.
Da Cinecolor: 5 (cinco) diárias de correção de cor.
Da DOT Cine: master DCP para longa até 120 minutos.

JÚRI OFICIAL
Alessandra Soares Brandão, professora e coordenadora do Curso de Cinema da UFSC; Ivana Bentes, crítica, pesquisadora e professora na UFRJ; Marcelo Ribeiro, crítico, programador, curador e professor na Faculdade de Comunicação da UFBA; Ricardo Aleixo, artista, pesquisador intermídia, ensaísta e editor; e Yuri Firmeza, artista e professor da Universidade Federal do Ceará.

JÚRI JOVEM
Adler Correa, 24 anos, estudante do 5o período de Cinema e Audiovisual da UFPel; Maria Sucar, 21, do 2o período de Artes Visuais da UFRN; Nayla Guerra, 23, do 8o período de Audiovisual da USP; Nina Camurça, 20, do 3o período de Rádio, TV e Internet da UFJF; e Renan Eduardo, 21, do 8o período de Cinema e Audiovisual da PUC Minas.

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